sábado, 31 de janeiro de 2009

Um encontro no antiquário

Depois de Andreya tentar me explicar o que estava acontecendo e me dizer finalmente quem era o tal Daniel, lá estava eu, em minha loja esperando os dois chegarem, ansiosamente.
Nós duas tínhamos conversado por telefone e combinado de se encontrar no antiquário.
Naquele dia, encontrava-me perdida em meus pensamentos. Muitos fatos me deixava deveras intrigada. E ainda tentava "ligar" os fatos ocorridos.
Foi neste momento que vi Andreya entrar no antiquário e um homem a acompanhava, imaginei ser o Daniel.
Esperava alguém mais velho, talvez o tenha julgado pela aparência jovem. Mas quando Andreya havia me falado de um certo alguém que pudesse nos ajudar a entender tais acontecimentos, imaginei alguém mais experiente, como um velho sábio.
Talvez estivesse fantasiando demais esta história.
Ao entrarem, percebi que o tal homem parecia embevecido com os artigos da loja.
Fui andando devagar em direção à ele, enquanto ele parecia estar em um outro mundo.
Era ele, Daniel.

Ele iria mesmo nos ajudar a entender?

sábado, 24 de janeiro de 2009

Telefonema inesperado

Já passava das 09 horas da noite quando meu telefone celular tocou.
Eu acabava de preparar um chá. E estava ouvindo um CD de música celta. O dia tinha sido movimentado e estava muito cansada.
Enfim, peguei o telefone e não reconheci o número. Atendi assim mesmo.
- Alô!? - falei com um voz um pouco sonolenta.
- Desculpe-me a hora que estou ligando, mas precisava urgentemente falar com você.
A voz parecia um pouco nervosa, mas ainda sem saber quem era perguntei.
Era Andreya, a historiadora que tinha ido em minha loja uns dias atrás.
Ela devia ter conseguido o número em algum cartão encontrado no balcão da loja.
Percebendo que ela estava nervosa, falei:
- Olá Andreya, aconteceu alguma coisa?
- Olá Niña, as coisas estão um pouco confusas.
Ela me explicou que havia recebido também uns objetos estranhos...e que a forma como tinha recebido também a intrigava.
Eram os mesmos objetos que eu havia recebido no antiquário, a única diferença era que o quadrado recebido por ela tinha uma cor diferente do meu.
E completou:
- Precisamos entrar em contato com Daniel, talvez ele faça alguma idéia do que tudo isto representa.
- Mas quem é Daniel? - perguntei .

Meu primeiro desabafo

Eu tinha acabado de receber uns clientes em minha loja. Eles não eram da cidade e saíam muito satisfeitos com os artigos encontrados.
Quando o último do grupo saía da loja, vi entrar uma mulher. Ela parecia imensamente interessada nos artigos da loja e tinha em mãos um pequeno caderno.
O interesse dela não parecia para compras.
Luiza, minha ajudante, já se aproximava para atendê-la, quando fiz um gesto de que eu mesma atenderia.
Enfim, ela se dirigiu ao balcão onde eu estava e cumprimentou-me.
- Boa tarde.Posso ajudá-la? -perguntei.
- Bem, meu nome é Andreya e sou historiadora. Agradeço se puder me ajudar com algumas informações. São para minha tese de doutorado.
Eu logo me dispus a ajudá-la. E começamos a conversar.
Durante a conversa, citei um ocorrido que tinha me deixado muito impressionada.
Não lembro bem o que me levou a falar sobre tal assunto. Mas me sentia mais leve de estar compartilhando aquilo com alguém.
Comentei sobre os objetos estranhos que havia recebido. A caixa, o pergaminho...
Mas Andreya estava realmente muito preocupada com sua pesquisa e não deu muita importância ao assunto, mas disse que voltaria outro dia para ver os objetos.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Um pouco de mim

Desde pequena a História esteve muito presente em minha vida. O fato de ter saído do meu país aos seis anos de idade, fez-me apenas ficar longe dele geograficamente. Pois meus pais sempre quiseram manter presente a cultura e as tradiçoes do Peru.
Viajava regularmente para lá e assim mantive um forte vínculo com meu país de origem.
O contato com diferentes culturas só aumentou meu interesse por História. O que acabou se transformando numa grande paixão.
As ciências exatas não me interessavam. Mas, o mistério, o "supostamente verdade", a complexidade do próprio ser humano; isto sim me intrigava.
Hoje me parece muito claro o motivo de ser quem sou e estar onde estou.
Quando escolhi ser dona do meu próprio negócio, não tive dúvidas.
Um antiquário.
Era exatamente isto que queria.
Tudo o que fiz e continuo a fazer é guiado por minha paixão.
Não poderia estar em outro lugar.
É como se eu não quisesse (ou não pudesse) deixar o passado pra trás e necessitasse estar no meio de todas aquelas coisas, que não estavam ali à toa, assim como eu.
Em minha loja, vivia cercada de muitas histórias. Cada objeto contido ali representava algo de uma vida que tinha acontecido em outro tempo, o tempo que não mais existia, mas que mesmo assim não deixava de existir.
Contraditório?!
Complicado falar sobre o passado. Principalmente quando você é dona de um antiquário.

" La pasión me lleva para todos los lugares que tengo necesidad de estar"

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

O início

Descobertas. A vida está simplesmente repleta delas.
Estão por todos os lados.
No momento, sinto como se uma enchente invadisse o meu ser e quisesse me arrastar para lugares que talvez só conheça em meus sonhos.
O que seria o destino afinal? Algo realmente já traçado?
Não creio, ao menos o meu destino parece depender totalmente de minhas escolhas.
Bem, era assim que pensava, hoje já não sei mais.
Pois neste momento tudo que escrevo corre de meus dedos, assim como uma tinta escorre no papel, naturalmente, sem esforço algum.
Sinto agora que preciso acreditar, mesmo sem poder ver.
Os mistérios pedem, imploram para serem revelados.
Gostas de mistério?
Então acompanha-me...

Aqui começo meu diário, onde espero através dele mostrár-lhes quem sou, ao mesmo tempo que descubro quem realmente é esta pessoa que vos escreve.